O parcelamento compulsório de precatórios, previsto em determinadas situações pela Constituição Federal (como em emendas constitucionais e regimes especiais de pagamento), tem gerado preocupação entre credores e investidores. Isso porque, na prática, ele altera significativamente o fluxo de recebimento do crédito, interferindo diretamente no planejamento financeiro de quem depende desse valor.
Quando o parcelamento é aplicado, o valor total do precatório é dividido em parcelas anuais, o que pode estender o pagamento por até 10 anos, dependendo do ente devedor e da legislação vigente. Isso compromete estratégias de liquidez imediata, dificulta o uso do crédito em planejamentos sucessórios, investimentos ou até mesmo no pagamento de dívidas por parte do credor.
Para quem pretende vender o precatório, a fragmentação do pagamento gera um aumento no deságio aplicado pelos compradores, já que o risco e o tempo de retorno do investimento são maiores. Como consequência, o valor final recebido pode ser muito inferior ao esperado, o que reforça a importância de analisar bem o momento de venda e o perfil do título.
Além disso, o parcelamento compulsório exige que o credor tenha organização e estratégia para planejar o uso dos valores que serão recebidos ano a ano, sem contar com o montante integral de imediato. Para pessoas físicas, isso pode afetar decisões patrimoniais importantes; para empresas, pode comprometer o fluxo de caixa e a viabilidade de operações financeiras.
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